Irmandade de Nosso Senhor dos Passos
A Irmandade de Nosso Senhor dos Passos está ligada às antigas manifestações de piedade popular próprias da Quaresma e Semana Santa. Em Minas Gerais, por influência da imigração portuguesa no período colonial, ela foi protagonista na difusão do culto aos Sagrados Mistérios da Redenção, juntamente com a Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, a criação da Irmandade de Nosso Senhor dos Passos remonta ao século XVIII, havendo registros documentais da sua existência ainda no ano de 1772.
A entidade ganhou vulto e proporção no decorrer do século XIX, período em que foi adquirida a requintada Imagem de Nosso Senhor dos Passos, esculpida em madeira, com a face modelada em “papier mâché”, que é adornada com vestes finas e atributos de prata. Também foi nesse período que a irmandade se incumbiu da edificação dos “Passinhos” de rua (cinco pequenas capelas) para as meditações típicas das procissões do Encontro e da Soledade de Nossa Senhora; as atuais fachadas das capelinhas são resultado de uma intervenção realizada na primeira metade do século XX. O seu Consistório (capela lateral, localizada no interior da Matriz) recebeu, ainda, a bela pintura decorativa de inspiração neoclássica, seguindo o gosto predominante da época.
Do seu acervo, também merece destaque o Sino dos Passos, instalado na sineira frontal da torre localizada acima do batistério, que foi refundido em 1938. De avantajada dimensão e detentor de um inconfundível som grave, por anos a fio anunciou, diariamente, a hora do Angelus e realizou o chamamento para as missas, soando trinta badaladas meia hora antes da celebração.
Revestidos com suas opas roxas e insígnia representando os atributos da Paixão, os irmãos de Nosso Senhor dos Passos reúnem-se mensalmente, participam das Missas Dominicais e concorrem ativamente nos atos e ofícios próprios do tempo quaresmal, como a meditação da Via-Sacra, o Setenário das Dores de Maria Santíssima, as procissões e demais cerimônias típicas da Semana Santa.
Autor: Eduardo Abrantes Campos