Solenidade da Santíssima Trindade
“Deus amou tanto o mundo que nos deu seu Filho unigênito” (Jo 3,16)
Ao celebrarmos a solenidade da Santíssima Trindade, somos convidados a acolher a Palavra da verdade que é Jesus e o Espírito santificador, que é o Amor que une o Pai e o Filho, a fim de que nossa vida de comunhão fraterna seja a manifestação da comunhão de amor que há na Trindade Santa.
A liturgia da Palavra não se preocupa em explicar o mistério da Santíssima Trindade, pois não se trata de compreendê-lo, de modo racional, pois seria limitar o seu sentido, uma vez que é limitada também a nossa inteligência. No entanto, somos convidados a contemplar com fé, no silêncio orante, o Deus revelado em Jesus que não é solidão, nem isolamento, mas é comunhão de amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
De fato, as leituras falam do amor com o qual Deus nos amou, enviando o seu único Filho não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele (cf. Jo 3,16-17). Esse Deus que é amor se revelou também misericordioso já no AT, quando Moisés lhe pediu para caminhar com o seu povo e para perdoar seus pecados (cf. 1a leitura). Assim, Deus que é comunhão de amor se revela misericordioso, fazendo comunhão com o seu povo de forma plena, especialmente, quando veio habitar entre nós, fazendo-se um de nós.
Deste modo, em Jesus, o mistério de Deus se manifesta numa vida de entrega, de solidariedade, de misericórdia, pois Ele veio para que todo o que nele crer tenha a vida eterna (cf. Jo 3,16). Crer, segundo João, é fazer comunhão com Jesus, é aderir à sua vida. Consequentemente, a adesão à vida de Jesus já nos faz participantes da comunhão de amor que há na Trindade Santa. Eis a razão de nossa alegria!
Por isso, São Paulo nos convida a cultivar uma espiritualidade verdadeiramente cristã, isto é, trinitária a fim de que o amor, a concórdia e a paz expressem a comunhão fraterna entre nós e a unidade no respeito às diferenças como provas de nossa comunhão com a Trindade Santa. Assim, o Deus do amor e da paz estará conosco (cf. 2Cor 13, 11).
Mons. Danival Milagres Coelho