“Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”

XIX domingo do Tempo Comum

A liturgia da Palavra nos convida a reconhecer a manifestação de Deus em nossa história pessoal, renovando a nossa fé, a fim de que permaneçamos de pé em todas as circunstâncias da vida, sobretudo nos momentos de provações.

         Na 1a leitura, enquanto o profeta Elias, ameaçado de morte por Jezabel (cf. 1Rs 19,1-3), se refugia numa gruta, no monte Horeb, Deus se lhe manifesta na brisa suave. Trata-se de um relato teofânico, isto é, de manifestação de Deus não através de sinais extraordinários, mas suavemente toca o íntimo do coração, quando a pessoa vence o egoísmo (sair da gruta) e se coloca na presença de Deus (no monte).

         No Evangelho, depois de subir ao monte para orar a sós, Jesus se manifesta aos seus discípulos no momento em que a barca estava agitada, na travessia para o outro lado do mar. Com isso, Jesus nos ensina a cultivar a intimidade com Deus, estando a sós com Ele em oração e revela sua presença constante na vida da Igreja diante dos desafios da missão.

         É necessário manter a fé viva para reconhecermos a presença amorosa e encorajadora de Jesus, sobretudo nos momentos difíceis, a fim de permanecermos de pé. Quando nos deparamos com nossas fraquezas, sabemos que somente pela fé podemos gritar: “Senhor, salva-me”! Assim, só quem reconhece a presença e a manifestação de Cristo em sua vida, poderá prostrar-se diante dele, dizendo: “verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”! (Mt 14, 32).

         Nesta perspectiva é que São Paulo expressa sua tristeza (cf. 2a leitura), porque os seus irmãos israelitas receberam tantos privilégios (cf. Rm 9,4), mas rejeitaram Cristo, ignorando a manifestação do seu amor e o cumprimento das promessas que Deus fizera aos seus pais.

         Portanto, perseveremos na fé, a fim de reconhecermos a presença constante do Cristo, que não cessa de manifestar o seu amor em nossa vida e na vida de nossa Igreja.

Mons. Danival Milagres Coelho.