Irmandade do Santíssimo Sacramento
A Confraria do Santíssimo Sacramento surgiu em Roma, na Igreja de Santa Maria sopra Minerva, contando com aprovação pontifícia e servindo de modelo para sua difusão em várias regiões. Contudo, há registros da instituição dessa Irmandade em período anterior e em localidades variadas, reportando, inclusive, à Idade Média.
Na então Freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, o primeiro Livro de Compromisso da Irmandade do Santíssimo Sacramento data do ano de 1749. Certamente, a sua fundação é anterior, pois em 16 de março de 1747 foi elaborado um inventário do seu acervo, contemplando ricas alfaias, objetos do culto em prata (custódia, varas do pálio e do provedor, cruzes e lanternas processionais), além de outras peças utilizadas em rituais e procissões da Semana Santa. Isso nos leva a crer que a Irmandade já estava ativa antes mesmo da abertura da Igreja Nova (atual Santuário) ao culto, funcionando na Capela de Nossa Senhora do Pilar do Registro Velho, que serviu de sede paroquial de 1730 a 1748.
Sempre numerosa e muito prestigiada, a Irmandade do Santíssimo Sacramento desenvolveu a função de “fábrica paroquial”, participando diretamente nas deliberações acerca da construção da Matriz de Nossa Senhora da Piedade e nas obras de ampliação e reforma do templo.
Mas o supremo objetivo da Irmandade é dar a Nosso Senhor Jesus Cristo, presente no Santíssimo Sacramento, verdadeiros e adoradores e propagadores de sua glória eucarística. Revestidos de opas vermelhas com insígnia eucarística, seus irmãos participam da Santa Missa e demais funções do culto Eucarístico, como a Adoração ao Santíssimo, bênçãos e procissões, especialmente no Tríduo Pascal e na Solenidade de Corpus Christi.
Originariamente composta apenas por homens, a Irmandade do Santíssimo de Barbacena, chegou a contar com um departamento feminino, que funcionou por alguns anos.
Amplamente difundida no território mineiro, a Irmandade do Santíssimo Sacramento teve sua instituição recomendada no plano arquidiocesano, sobretudo no século XX, quando foram realizadas sucessivas revisões regulamentares e aprovação de estatuto único.
Eduardo Abrantes Campos