Culto e Devoção
“E uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2, 35)
No Brasil, o início dessa devoção remonta ao século XVIII, e em Minas Gerais, se traduziu na celebraçãodo “Setenário das Dores de Maria”, uma semana antes da Semana Santa ainda tão presentes em nosso meio. Eles preparavam – e preparam – para o dia de Nossa Senhora das Dores, até então também celebrado na sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos. Após o Concílio Vaticano II a festa da Mater Dolorosa assumiu o status de memória obrigatória, celebrada no dia 15 de setembro.
A devoção à Senhora da Piedade nas terras mineiras, nasceu intrinsecamente ligada à devoção da Mãe das Dores. Nilza Botelho Megale, em seu livro “Invocações da Virgem Maria no Brasil”,cita: “Talvez o primeiro santuário de Nossa Senhora da Piedade naquela província tenha sido o de Barbacena, antiga Borda de Campolide, onde era venerada uma imagem da Virgem trazida de Portugal por algum imigrante ou por um padre jesuíta, e cuja matriz foi benta em 1748”. A partir de Barbacena, a devoção se espalhou por todo o estado de Minas Gerais, localizando-se, principalmente, no alto da Serra da Piedade, na cidade de Caeté, onde foi construído um Santuário, para onde acorrem milhares de peregrinos anualmente.
A veneração a Maria, sob o título de Nossa Senhora da Piedade, tomou enormes proporções em Minas Gerais, até que, em 20 de novembro de 1958, o Papa São João XXIII, por meio das Letras Apostólicas “Haeret animia”,proclamou-a padroeira de todo o estado. A consagração oficial como padroeira de Minas se deu a 31 de julho de 1960, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Em nossa paróquia, merece destaque a ação do Pe. José Alvim Barroso, pois durante o seu pastoreio incrementou e divulgou a devoção à Virgem da Piedade instituindo a novena perpétua todas as sextas-feiras, solenizando a novena e festa no dia 15 de setembro. Conseguiu ainda junto às autoridades do município a instituição do feriado municipal.
Na Comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II e dos 270 anos do início da construção do Santuário, por iniciativa do pároco atual, foram reunidos cânticos e orações que expressam a beleza da devoção a Maria, Mãe de Deus, nesta Cidade das Rosas. As orações da novena reúnem textos da devoção popular e hinos que refletem a espiritualidade desta quase tricentenária Paróquia. Algumas novidades foram inseridas no rito, ou seja, a Saudação Mariana que recolhe a teologia dos textos recentes do Magistério da Igreja (Lumen Gentium, Marialis Cultuse Redemptoris Mater), as Antífonas do Magnificat – provenientes da Liturgia das Horas – que expressam a presença de Maria na História da Salvação, a Ladainha e o Ato de Entrega a Nossa Senhora da Piedade.